sábado, julho 28, 2007
terça-feira, julho 24, 2007
Inominável
domingo, julho 22, 2007
Lembranças do que não foi...
para que, porque ou por onde passa?
num ato não há muito o que perder
além da típica e própria desgraça
Tantos desejos, para que se querer?
falhas e erros por tudo que se faça!
num segundo, inexistência do ser;
uma lágrima desce, o clamor passa.
ambíguo, indefinido e aberto
um vazio que sangra e evidência
Lúcido? Talvez estivesse certo
Viver nem sequer mais um dia
Não dou adeus pois nunca estive perto
mas, pelos deuses! como eu queria...
Menina com jeito de Céu...
Sobe como quem quer ganhar o ar em devaneio.
Lida com o vento entranhado de frescor.
Solta teus cabelos,
E sobe!
Vai! Empresta a liberdade das aves
Sem olhar para baixo. Para baixo é sonho.
Suba sem razão. Vá por saudade do que não se dá pra viver.
Sobe por ordem do poeta e
Metros se perderão sob teus pés
Nessa graça de subir. Vai se confundir com as estrelas,
Pois tem o brilho e a singeleza de um ponto no céu.
Tens o fardo das nuvens com a beleza de uma brisa de verão.
Você é a pluma da liberdade, ganha o ar com leveza. E ganha.
Esse foi feito hoje cedo... por lembrar de uma pessoa que eu não via faz tempo e reencontrei ontem a noite... Um beijo pra ela... tendo lido esses versos ou não
quinta-feira, julho 19, 2007
Roleta Russa
Colt Python 6.6, com munição de Magnum. Cada bala seria mais do que suficiente para lhe estourar o crânio e cobrir a parede com seus miolos. A arma tem seis espaços pra munição, mas você preenche apenas três, deixando um intervalo entre cada uma. Cinqüenta por cento de chance de sair vivo, cinqüenta por cento de chance de sair morto. É engraçado pensar que algo tão pouco banal, como a sua vida ou a sua morte, possa estar à mercê da matemática, aquela matéria que você sempre matou na sua vida de estudante.
Desculpe, piada de péssimo gosto.
O cano da arma agora encosta na sua costeleta e você encara o espelho. O dedo indicador vai deslizando vagarosamente, indo de encontro ao gatilho. A ação dura poucos segundos, mas é tempo o bastante para se pensar mais do que seria possível durante um orgasmo. A tensão do momento agora se parece como a daquela noite em que você estava debruçado sobre a mesa de bilhar, o suor da testa pingando sobre a mesma, e seu coração não te deixava esquecer que ele o tinha nas mãos: a sua jogada poderia ser completamente arruinada caso ele decidisse sair pela boca, como ele ameaçava batendo com toda aquela força.
Perder não é uma opção: ou você vence o jogo, leva o dinheiro e vai embora dali com a sua namorada o mais rápido possível ou aqueles cidadãos mal-encarados vão festejar com a sua garota de um jeito que ela não vai gostar... Melhor não pensar. Ou melhor: não-pensar. Não-sentir. A perda é grande demais, por isso você não pode perder. Mas a vitória se faz muito necessária, imprescindível: e é nessas horas que a Lei de Murphy atua, e por isso você não pode vencer.
Ignore a realidade, abrace o vazio. Vivencie o caos.
Assim como naquela noite na boate, a questão não é querer vencer nem perder, mas sim de considerar todas as hipóteses e diante das conseqüências atingir um estado mental em que acertar ou errar a tacada não importa. Puxar o gatilho quando uma das balas estava na agulha, ou quando não havia bala alguma: isso também não importa. Viver ou morrer, é tudo a mesma coisa. Zero e um, luz e trevas, quente e frio, bola na caçapa e bola na quina, bala na agulha e tambor vazio.
Você chega a um ponto em que a sua mão, sua cabeça e a arma tornam-se um só. Você olha pro espelho e não tem certeza do que vê. Não tente puxar o gatilho e sobreviver, isso é impossível. Você não manipula a realidade, mas entenda que a mesma não existe sem você. Ou melhor, puxe logo o maldito gatilho e veja por si mesmo.
E você só vai perceber que puxou quando olhar a parede do quarto, pra se certificar se seus miolos foram parar nela ou não.
terça-feira, julho 10, 2007
O Vinho da Alma
E eu, vingativo, cortei-lhe os pés e bebi-lhe o sangue.