terça-feira, outubro 24, 2006

um pouco de Morphine para vocÊs...

Cure For Pain
Composição: Mark Sandman

Onde está o ritual
E me diga onde está o gosto
Onde está o sacrifício
E me diga onde está a fé
Algum dia existirá a cura para a dor
E neste dia eu jogarei meus remedios fora
Quando eles acharem a cura para a dor
Onde está a caverna
Para onde foi a sábia mulher
E me diga onde
Onde está todo o dinheiro que gastei
Eu proponho um brinde ao meu auto-controle
Você o vê rastejando pelo chão
Algum dia existirá a cura para a dor
E neste dia eu jogarei meus remedios fora
Quando eles acharem a cura para a dor
Quando eles acharem a cura acharem a cura para a dor

quinta-feira, outubro 19, 2006

A solidão desses dias me martela o espírito... realmente me perco na subjetividade do tempo...

DIAS LENTOS
Atravessando a solidão em dias lentos, as minhas constantes inconstâncias me flagram em expansão, como se eu fosse um castelo de areia de encontro ao vento e ficasse cada vez menor ao me espalhar pelo ar! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? Fiquei maior que meu próprio lar?!...se eles ao estarem me vendo pudessem ao menos me enxergar, não achariam nunca estranho, em nenhum momento, eu estar euforico nesses dias de depressão!!! E na esfinge de pedra que sobrevive ao tempo será que eu decifro meu coração em vão? (ou nunca vou decifrar...) Estou querendo romper os muros que me invadem...eu quero deixar o mar me levar....QUANDO A VIDA PEDE UM TEMPO...CUIDADO!!!É TEMPO DE DESPERTAR!!!Se a solidão me trouxer ao fundo do poço...o que de pior ela me trará!!! Cansei de querer abraçar o mundo e nada conseguir tocar!!!! Estou querendo romper com tudo e me libertaaaaaaaaaaaaaaaaar!!! E QUANDO NINGUÉM ESTIVER ME VENDO, que ao menos eu possa me enxergar...

quarta-feira, outubro 18, 2006

"o mundo anda tão complicado..."

silêncio absoluto...
hum...não se pode querer vencer em tudo na vida,
não se pode querer que essa agônia toráxica suma ao passe de uma varinha mágica,
às vezes só temos que esperar,
confiar e torcer para que tudo ocorra bem, como manda o figurino,
o figurino...nesse clima hóstil de adversidades soltas ao vento,
todo réu primário é inocente, isto é, todos podemos matar ao menos uma vez,
não sei quem escolherei...
silêncio quase absoluto...
esse som de fundo que funde minha nuca como brasas de espetos dos churrascos que nunca fizemos,
animaizinhos sacanas estes são...não são?... não?
...mas o que tenho a ver se o mundo anda pra baixo,
a gravidade nos empurra pro centro,
só e simplesmente isso,
e o que você tem a ver com isso?
nada, só e simplesmente isso...
hum...
mas mesmo assim,
sinto arrepios em minha ânsia de vômito
...inércia, inércia...

vou sair um pouco da política...

Joué à la marée

Sabe aquele moço que me afrontou, que tentou me derrubar, me estragar, destruir. Quando vim para cá, entre meus pertences e a solidão. Tentou, me extraviar, fazer com que eu desistisse. Me trazendo saudades das coisas como eram antes.
Mas encontrei coragem, e algo para me apoiar.
Pois é, ele quem me bate as costas novamente, esse rapaz chamado medo. Aflição, agonia, tristeza, são tantos sentimentos neste momento. Agora tenho problemas, perdas e complicações. Alguns que amo estão insatisfeitos e com raiva/ódio de mim. O meu apoio, o meu camarada, o meu irmão está voltando para seu habitat. O meu coração ficou vazio com o fim.
Tudo confuso, pareço que estou num grande galpão vazio, enxergando em preto e branco.
Me passa a cabeça a mesma vontade de antes, de ir.
Por enquanto vou tentar permanecer, nem que seja, apenas, vivo. A vida é assim mesmo, cheio de muros, é evolução.
Enquanto isso fico na espera. Après l'orage la tranquilité.

terça-feira, outubro 03, 2006

Que se foda a democracia... o que todos nós precisamos é de autonomia!!!

Autonomia agora!
Autonomia não é algo para o futuro pós-revolução, autonomia não é uma promessa, autonomia é uma condição.
Não é algo a ser comprado, negocia do, é algo para ser construído, experimentado e defendido.
Não existe modelos pré-concebidos de autonomia, e se alguém lhe apresentar um, desconfie.
Autonomia não é algo pós revolução, autonomia é a condição para a revolução.
Menos conversa, mais prática (Não vote!).
Literalmente, o que precisamos é de menos conversa e mais prática, pois o que temos até agora é uma vasta divulgação e reprodução de literatura libertária - o que não é nada mal.
E o que pouco temos é a prática libertária.
Isso deve ser invertido.
O que pode ser mais nutritivo para a resitência e autonomia, do que a prática da desobediência e a prática da própria autonomia?
Só se aprende a jogar jogando.
Como e o que poderemos então falar de subversão, desobediência e autonomia se não praticarmos a subversão, a desobediência, a autonomia? Como podemos falar de autonomia e abolição do Estado pregando o voto? - Nulo ou não, que diferença faz?
Foda-se o Estado! Foda-se o voto! Não voto e nunca mais votarei!
Não, isto não é um martírio, muito menos um sacrifício, apenas na prática não vou permitir que os aparatos da civilização tenham poder sobre mim. Muito menos irei às urnas ser carimbado como "controlado".
Muitos já disseram antes, Tolstoi tambem com muita frequência afirmava que o Estado não tem poder nenhum, somos nós que legitimamos seu poder ao sermos submissos. Alguem então pode questionar se eu levaria esta posição até o momento em que, em alguma ocasião , por desobediência, eu seria preso ou ameaçado.
Respondo firmemente que sim , e neste caso os índios novamente nos ensinam sobre a liberdade : "Quando do massacre dos Guarani junto aos Sete Povos das Missões, em Santo Inácio, território argentino, um grupo de resistência ao invasor branco lutou até o fim. Em dado momento perceberam que seriam aniquilados. Então mataram suas esposas e f ilhos. No final os poucos lutadores que restavam lançaram-se em direção ao abismo, recusando serem presos vivos.
Pode parecer suicídio, mas não é. O índio não conhece essa prática dos civilizados. O que ele não aceita é viver sem liberdade. Essa é uma condição de que ele não abdica, já que a vida sem liberdade contraria toda a sua essência, adultera sua visão do mundo." (Edilson Martins - Nossos Índios, Nossos Mortos - 1978)
Aos que temem as consequências, será que estão aptos a falar de liberdade? Será que estão aptos a lutar por liberdade? Será que estão aptos a viver a liberdade?

Reflexão pós eleição

É com muita angústia que eu vejo a maior parte dos "anarquistas" brasileiros se agarrarem com tanto afinco a ilusão do voto nulo, imagninado ser um ato rebelde de protesto e até mesmo subversivo, gastando tempo e energia defendendo o voto nulo (ou apenas reproduzindo e publicando os mesmos textos e argumentos), anarquistas contraditoriamente assumindo uma campanha eleitoral.
Em pensar que historicamente os anarquistas repudiam a utilização de qualquer mecanismo do Estado, a participação em eleições por exemplo (imagine: tempo, energia e recursos incentivando pessoas a votar). Anarquia é imcompatível com reformismo. E tristemente é o reformismo que os "anarquistas" brasileiros adotam ao defender o voto nulo. Voto nulo ainda é voto, e o ato de votar é legitimar o controle do Estado. A campanha "libertaria" pelo voto nulo tem se tornado o refúgio, a oportunidade de gastar energia revolucionária contida ao longo do periodo sem eleições, um periodo em que aguentam e abaixam a cabeça para as forças domesticadoras (entre elas o trabalho, uso do dinheiro, acesso a água, comida e abrigo).
Desta maneira, os anarquistas brasileiros, de fato nunca vão representar um perigo, e fisicamente nunca vão exercer uma ameaça ao poder (muito menos um passo a frente na auto-gestão). Desta maneira, os "anarquistas-do-voto-nulo" ao defenderem sua estratégia reformista ou aliviadora de consciência, não deveriam usar as palavras "anarquia", "subversão", "revolta" e "revoluçao", sob o risco dessas palavras perderem seu significado - o que ja está ocorrendo.
Atualmente as iniciativas anarquistas no Brasil, em sua maioria, tem sido iniciativas tímidas, limitadas a reprodução de textos, tentivas inúteis (com algumas boas intenções) de organização, entre outros apegos esquerdistas, uma nostalgia estéril ao passado anarquista e de anarquistas refletida em algumas revistas e editoras que ainda se mantém "clássicas" e rígidas em suas publicações.
Não bastasse este cenário morno, pouco tempo atrás vieram as vendas das idéias de Hakim Bey, o que deu um ar liberal, promíscuo e comformista aos rebeldes carentes de direções, alienando e direcionando as instintivas energias revolucionárias e desobedientes a supostas intervenções cotidianas, uma espécie de "subversão consumível possível".
Se houve algumas boas intenções nessas idéias, o que eu duvido, acabou virando uma armadilha, contribuindo ainda mais para a mentalidade perdida dos "subversivos" perdidos - e amedrontados.
Enfim, geralmente o que se encontra hoje no meio anarquista brasileiro é a reprodução fiel de um papel específico reservado pela sociedade de mercado. Resultado: nada de revoltas, nada de questionamento, nenhuma desobediência, autonomia zero, baderna nas prateleiras.
Infelizmente e perigosamente isso é o que encontramos no meio anarquista brasileiro, ou seja, auto-gestão, controle de nosssas vidas, independência e capacidade de prover e defender tudo isso para nós e para os nossos queridos, estão longe de acontecer, estão longe de serem construidos (o que é mais importante).
A luta anarquista hoje no Brasil está atolada no lodo reformista, obediente, esquerdista e liberal. Está mais que na hora de limpar este lodo com a água cristalina da desobediência, expontaneidade e liberdade irrestrita.
PARA VOLTARMOS A SERMOS PERIGOSOS:
By Ari Almeida
Perder a ilusão de um sociedade de massas libertária. Defender uma sociedade complexa de massas e libertária é o mesmo que defender a hidratação do óleo. Apegados a essa ilusão de uma sociedade global interdependente e libertária, um bom punhado de tempo e energia é gasto especulando a "manutenção liber tária" dessa sociedade, essa energia direcionada ao impossível resulta em uma realidade local nada libertária. - A desnecessidade de organização Esse sonho esquerdista tem sequestrado por anos tempo, energia e recursos, alienando os indivíduos que se agarram a essa tendência paternalista da construção de sua própria autonomia. Pois assim, gastam energia inutilmente enfrentando as dificuldades (que se mostram eternas) de organizar uma corrente, uma organização, federação, etc, esperando que a partir disso com o rígido controle interno e disciplina editarão um jornal e discutirão a conjuntura, ao invés de gastarem energia de forma eficiente enfretando os obstáculos da contrução de sua própria autonomia e daqueles que realmente dividem seu dia-a-dia, fertilizando a resistência com sua própria experiência. Grupos de afinidade ou agrupamentos espontâneos sempre responderam melhor aos objetivos e problemas que se apresentavam, pelo simples motivo de não estarem "petrificados". Deixemos a esquerda se afundar sozinha Não é preciso dizer muito sobre a falência da esquerda, sua tara por um capitalismo humanizado, se revelando então a faceta humanista da civilização, "domesticação para todos". Abandonemos então as eternas e monótonas convocações para a construção de um partido revolucionário, a adoração marxista ao industrialismo, fórmulas emancipatórias, entre outras mesmices. Questões como domesticação, divisão de trabalho, tecnologia, produção, individualidade e progresso nunca serão questionadas pela esquerda, e sim administradas. A civilização está desmoronando e levará junto todas as suas aberrações, dentre elas, a esquerda.