quando todos pensarem que estou morto
estarei na montanha mais alta da Grande Aldeia
ao lado direito de Augusto dos Anjos
sob a sombra de um sol morto & esquecido
refletido nas raízes que nascem dos olhos de Cruz & Sousa
quando todos pensarem que estou morto
estarei na maior selva de pedra da Aldeia Grande
na forma de vento ou pássaro noturno
olhando como um cego a luz do sol para todos os mistérios da terra & do céu
encravados nos caminhos da arcaicos
quando todos pensarem que estou morto
estarei correndo nu pelo olimpo
um deus entre os deuses
solitário e louco como um rei selvagem
ou um monge ébrio entre os miseráveis
quando todos pensarem que estou morto
estarei na taberna ou na praia mais fascinante
conversando com a Virgem e com Jim Morrison
fumando haxixe, ópio e marijuana
bebendo lentamente o vinho do Soma das Almas
quando todos pensarem que estou morto
estarei em meditação tão profunda
que um tolo me tomará por um espectro ou por um fantasma
e os sábios cairão por terra
cegos pelo brilho da estrela que arde em meu estômago
quando todos pensarem que estou morto
estarei vivo na última semente
apodrecendo no charco
& germinando a árvore do próximo planeta
depois da morte e do enterro da esperança
domingo, julho 30, 2006
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3 comentários:
e eu a inalgurar os comentários de teu blog! rs... adoro teus escritos e disto tu já está farto de saber! e de tuas várias máscaraseucasca prefiro essa... niilista mórbida transgressora maldita! bebendo ainda as letras de verde abscinto daquele poeta aculá?! parece...
te adoro!
Esse poema é de minha autoria.
É o poema de abertura do livro "O sol e a maldiçao"
Faça a devida referência quando publicar textos de outros escritores.
Nuno Gonçalves Pereira
Esse poema é de minha autoria.
É o poema de abertura do livro "O sol e a maldiçao"
Faça a devida referência quando publicar textos de outros escritores.
Nuno Gonçalves Pereira
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