Da distância dos amigos.
Aos amigos distantes, a certeza de que em cada gesto meu há um punhado de saudade. Conservo sua imagens, seus sorrisos, seus abraços. Meus amigos, quando longe, dormem no imaginário afeto.
E é nesta lembrança que o homem se faz maior, imune à estupidez que cerca o mundo, na morada do respeito aos semelhantes. Aos amigos errantes, a convicção de que as pedras, mesmo paradas nos montes, rolarão com a chuva, serão partidas pelo tempo e um dia se encontrarão, no vértice das coisas não ditas.
Estão comigo os homens exploradores das sombras que cercavam meu peito. Eles arrancaram a luz, entre copos, porções de amendoim e música, eles deram vida ao que padecia sob a poeira dos velhos discos, eles ouviram delírios, consolaram a dor, aplacaram a angustia, relevaram os tropeços de alguém desacostumado a medir o que dizia. Nossa filosofia de calçada iluminou as ruas dessa cidade ao mesmo tempo desencantada e bendita. Somos os loucos das entrelinhas das histórias daqui e qualquer acorde dissonante, de viola furada ou pífano afônico, nos trará de volta ao que na verdade nunca deixamos.
a todos os que apareciam na janela quando tudo parecia pequeno demais.
Um comentário:
será que ando servindo de cobaia?! creio que li, previamente, uns textos publicados aqui...
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