terça-feira, outubro 03, 2006

Que se foda a democracia... o que todos nós precisamos é de autonomia!!!

Autonomia agora!
Autonomia não é algo para o futuro pós-revolução, autonomia não é uma promessa, autonomia é uma condição.
Não é algo a ser comprado, negocia do, é algo para ser construído, experimentado e defendido.
Não existe modelos pré-concebidos de autonomia, e se alguém lhe apresentar um, desconfie.
Autonomia não é algo pós revolução, autonomia é a condição para a revolução.
Menos conversa, mais prática (Não vote!).
Literalmente, o que precisamos é de menos conversa e mais prática, pois o que temos até agora é uma vasta divulgação e reprodução de literatura libertária - o que não é nada mal.
E o que pouco temos é a prática libertária.
Isso deve ser invertido.
O que pode ser mais nutritivo para a resitência e autonomia, do que a prática da desobediência e a prática da própria autonomia?
Só se aprende a jogar jogando.
Como e o que poderemos então falar de subversão, desobediência e autonomia se não praticarmos a subversão, a desobediência, a autonomia? Como podemos falar de autonomia e abolição do Estado pregando o voto? - Nulo ou não, que diferença faz?
Foda-se o Estado! Foda-se o voto! Não voto e nunca mais votarei!
Não, isto não é um martírio, muito menos um sacrifício, apenas na prática não vou permitir que os aparatos da civilização tenham poder sobre mim. Muito menos irei às urnas ser carimbado como "controlado".
Muitos já disseram antes, Tolstoi tambem com muita frequência afirmava que o Estado não tem poder nenhum, somos nós que legitimamos seu poder ao sermos submissos. Alguem então pode questionar se eu levaria esta posição até o momento em que, em alguma ocasião , por desobediência, eu seria preso ou ameaçado.
Respondo firmemente que sim , e neste caso os índios novamente nos ensinam sobre a liberdade : "Quando do massacre dos Guarani junto aos Sete Povos das Missões, em Santo Inácio, território argentino, um grupo de resistência ao invasor branco lutou até o fim. Em dado momento perceberam que seriam aniquilados. Então mataram suas esposas e f ilhos. No final os poucos lutadores que restavam lançaram-se em direção ao abismo, recusando serem presos vivos.
Pode parecer suicídio, mas não é. O índio não conhece essa prática dos civilizados. O que ele não aceita é viver sem liberdade. Essa é uma condição de que ele não abdica, já que a vida sem liberdade contraria toda a sua essência, adultera sua visão do mundo." (Edilson Martins - Nossos Índios, Nossos Mortos - 1978)
Aos que temem as consequências, será que estão aptos a falar de liberdade? Será que estão aptos a lutar por liberdade? Será que estão aptos a viver a liberdade?

Um comentário:

Anônimo disse...

Uma democracia que só serve às elites realmente não deve ser levada a sério.

Contudo, vejo que se o Estado é ruim, se simplesmente o extinguirmos, ficaríamos pior. Olhemos à nossa realidade. O bom seria se o Estado interferrise o mínimo possível em nossas vidas, que fosse reduzido ao máximo para evitar a corrupção e seus derivados. Mas se simplesmente aniquilarmos o Estado de uma hora pra outra, estaremos instintuindo o Caos, no pior sentido que ele possa ter.

Uma maneira que vejo de fazer com que a sociedade dependa menos do Estado e possamos num futuro breve não precisar mais dele, fazer o povo ser autonômo na sua maneira de pensar, de agir. Um caminho pra isso (por paradoxal que possa parecer) é a democracia. Uma democracia que passe de simples retórica, ao sentido radical que tem, que passe de simples teoria, para seu exercício cotidiano. Que passe de um pressuposto para uma meta a ser alcançada.