quinta-feira, agosto 31, 2006

Minha alma é um deserto.
Não há vento nem areia.
Não há espaço nem tempo.
Não há sentimento ou lembrança.
Minha alma é um deserto sozinho.
Faltaram chuvas de lágrimas sinceras.
Faltaram rios de memórias correndo para o oceano do inconsciente.
Minha alma está seca.
Os medos riem de mim.
A paranóia duvida de sua própria existência.
O arrependimento tem orgulho de si mesmo.
As facas brotam do chão como grama.
O ar está repleto de fonemas mortos.
A poeira insuportável é composta de simbolismos.
Os totens estão em chamas.
Minha alma é lama.
Desintegra-se.
Agora sim eu posso dizer:
Alma?
Isso não existe.

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